Saturno, o Sol Esquecido — Um Cântico ao Céu Perdido


 

No silêncio ancestral do firmamento,

Saturno brilhava — não como planeta,

mas como farol dos tempos primeiros,

um sol antigo, envolto em véus de névoa e memória.


Seus anéis não eram sombras, mas coroas,

seus raios não queimavam — iluminavam.

A Terra, então criança, girava serena

ao redor desse trono celeste,

banhada por um fulgor violeta e dourado,

alimentado por correntes invisíveis

que dançavam nos fios do éter.


A Teoria do Universo Elétrico,

com ousadia quase mítica, sussurra:

e se tudo que sabemos for eco

de uma visão mais vasta, esquecida?

E se Saturno for o Sol que os antigos cantaram,

nos seus mitos, desenhos e altares,

como o olho fixo de um deus suspenso no céu?


Velhas culturas falam de um astro imóvel,

rodeado de luzes menores,

um símbolo repetido em pedras e sonhos.

Seria essa a lembrança coletiva

de uma era antes da alvorada atual,

quando um choque cósmico —

um trovão no silêncio das eras —

desfez a harmonia dos céus?


A Terra caiu, órfã,

sob a tutela do Sol que hoje nos aquece.

Saturno, agora distante e frio,

vagueia como um rei destronado,

testemunha muda de um tempo

em que os céus contavam outra história.


Tal teoria, à margem dos salões científicos,

não busca provar, mas provocar:

e se o universo for mais elétrico que mecânico,

mais mito que máquina?


Não são certezas que ela oferece,

mas um convite:

olhar para o alto,

com olhos lavados de rotina,

e perguntar —

e se tudo tiver começado

com outro sol?



Culto a Saturno 

Documentário 

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