Infrassom: o som invisível que afeta o corpo humano

 



Vivemos cercados por sons, mas nem todos podem ser ouvidos. Alguns estão abaixo do limite da audição humana e, ainda assim, exercem influência direta sobre o corpo e o ambiente. Esse é o caso do infrassom, um fenômeno físico silencioso, invisível e cada vez mais estudado pela ciência.


O que é infrassom?


O infrassom corresponde a ondas sonoras com frequência inferior a 20 hertz, valor abaixo da capacidade auditiva humana. Apesar de não ser percebido conscientemente pelo ouvido, ele continua sendo uma vibração mecânica que se propaga pelo ar, pela água ou por sólidos, interagindo com estruturas físicas — inclusive o corpo humano.


Enquanto sons audíveis transmitem informações por meio da audição, o infrassom atua de forma mais sutil, sendo muitas vezes percebido como sensações físicas ou emocionais, e não como som.


Onde o infrassom está presente?


O infrassom ocorre tanto na natureza quanto no ambiente criado pelo ser humano.


Fontes naturais:


Terremotos e atividades sísmicas


Erupções vulcânicas


Tempestades intensas e furacões


Ondas oceânicas e marés


Avalanches e deslizamentos



Esses fenômenos produzem infrassons capazes de viajar por centenas ou até milhares de quilômetros, com pouca perda de energia.


Fontes artificiais:


Turbinas eólicas


Aviões e helicópteros


Trens e metrôs


Máquinas industriais


Sistemas de ventilação e exaustão


Grandes eventos sonoros e estruturas urbanas



Com o crescimento das cidades, a exposição humana ao infrassom tem se tornado cada vez mais comum.


Como o infrassom afeta o corpo humano?


Embora não seja ouvido, o infrassom pode ser sentido. Estudos indicam que determinadas frequências podem entrar em ressonância com órgãos e tecidos do corpo, especialmente o tórax, os pulmões e o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio.


Entre os efeitos mais relatados estão:


Sensação de pressão no peito


Fadiga e mal-estar


Tontura e náusea


Ansiedade e inquietação


Alterações no ritmo cardíaco


Dificuldade de concentração



Em ambientes fechados, o infrassom pode gerar sensações subjetivas intensas, como medo inexplicável, desconforto emocional ou sensação de presença, o que já foi associado a investigações científicas sobre locais considerados “assombrados”.


Infrassom e ciência


Apesar dos possíveis efeitos adversos, o infrassom possui aplicações fundamentais na ciência moderna. Ele é utilizado para:


Monitorar erupções vulcânicas


Detectar terremotos e tsunamis


Analisar fenômenos atmosféricos


Acompanhar testes nucleares em escala global


Estudar a estrutura da Terra e da atmosfera



Por viajar longas distâncias, o infrassom se tornou uma ferramenta estratégica para observação planetária.


O que ainda não sabemos


A ciência ainda investiga quais níveis de exposição ao infrassom são realmente prejudiciais à saúde humana, especialmente em ambientes urbanos e industriais. Também não há consenso sobre seus efeitos a longo prazo, o que torna o tema relevante para saúde pública, arquitetura, engenharia e planejamento urbano.


O infrassom mostra que o mundo não é feito apenas do que podemos ver ou ouvir. Sons silenciosos moldam o ambiente e influenciam o corpo humano de maneiras profundas e, muitas vezes, imperceptíveis. Compreender es

se fenômeno é essencial para entender melhor a relação entre tecnologia, natureza e saúde.


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